Quintoube – Vitória 0x3 Atlético

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03/02/2011 - 01:59

Era noite do dia 8 de dezembro de 1999, o palco é a Bahia, mais especificamente em Salvador. Era a semifinal do Campeonato Brasileiro, que tinha de um lado o Vitória, e do outro, um Galo, Forte e Vingador.

Como eu disse anteriormente, o cenário era Salvador, mas se me dissessem que era Belo Horizonte, eu acreditaria, caso visse as cenas dos torcedores que lá estavam. Uma invasão alvinegra formou-se na véspera do jogo em toda a capital baiana, com ingressos na mão, ou não.

De um lado mil santos, do outro, milhões de vozes cantando que Alguém era Alvinegro e alvinegro eles também eram. A batalha estava formada por uma vaga na final.

O Atlético tinha Marques, que faria Einstein apaixonar-se pelo futebol, tamanha inteligência em campo. E foi ele quem marcou o primeiro gol do Galo, aumentando a vantagem que o Atlético já conseguira nas duas primeiras partidas.

O Atlético tinha Marques, que faria Picasso apaixonar-se pelo futebol, tamanha era a beleza de suas jogadas. Lances que deveriam ser pausados para que o artista entrasse em campo e registrasse aqueles momentos em molduras eternas.

O Atlético tinha 11 jogadores em campo que causariam inveja aos 300 de Sparta, tamanha a coragem e vontade que demonstravam. Quando as pernas eram vencidas pelo cansaço, entrava em campo o coração. No ataque, um Guilheme que chutava pedra e achava ouro, que cuspia para o alto para vê cair petróleo. Tudo dava certo para Guilherme, que não hesitava em bater no peito para dizer que ele era f....

A Bahia, conhecida por suas festas, conheceu naquele dia o que era uma comemoração de verdade. Atleticanos cantavam o tempo todo, mesmo os que estavam fora do estádio, mesmo os que estavam na praça da cidade, pois já ouvi de torcedores que estiveram por lá que até o mar naquele dia estava com águas escuras.

No fim do jogo, batidas como a de tambores foram ouvidas. Seria a torcida rival com uma gota de esperança que passava uma força ao time? Tambores? Que nada! O som vinha do coração atleticano que batia tão alto que o carnaval começou em Salvador e continuou pelas estradas, por Minas Gerais, pelo Brasil.

Era uma noite do dia 8 de dezembro de 1999, e o cenário era o Clube Atlético Mineiro, um time que, naquela noite, faria jus à música “O Senhor é Alvinegro, alvinegro eu também sou”!

ABRAÇO NAÇÃO!

Fael Lima

www.twitter.com/cam1sado2e

*Agradecimento especial ao Lucas (Forum do Galo) e ao Cris Castro por ajudarem o blog com as imagens.