Retrospectiva C12 | Gestão

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30/12/2020 - 18:34

Sérgio Sette Câmara dá adeus a presidência do Galo em um ano com muitos desafios para um dirigente de futebol

Antes de tudo, vamos contextualizar. O ano de 2020 marcou o fim da “Era Sette Câmara” no Atlético. Pelo twitter, o agora ex-mandatário se despediu afirmando que entrega o time melhor do que pegou. Sérgio Sette Câmara será substituído a partir do dia 4 de janeiro pelo xará, Sérgio Coelho.  

Agora sim vamos a retrospectiva. 2020 foi um ano desafiador para os gestores atleticanos. A maior pedreira, sem dúvidas, foi a questão financeira. Com a pandemia do Covid-19, a arrecadação de todos os clubes do mundo sofreu um golpe muito forte. No Brasil não foi diferente. Primeiramente, sem jogos e sem anúncio, depois já com jogos, mas sem bilheteria, os clubes precisaram se reinventar. Cada um à sua maneira. E isso o Galo fez muito bem, voltaremos a esse assunto mais pra frente.  

Dentro das 4 linhas

Sobre o “dentro de campo”, vamos dividir em duas partes: antes e depois do goleiro de boné. Em menos de 10 dias o Galo foi eliminado precocemente em duas competições financeiramente importantes para o clube. E tudo isso ainda em fevereiro. No dia 20/02, fomos eliminados da Sulamericana, dentro do Horto, mesmo vencendo por 2 a 0 (derrota por 3 a 2 no placar agregado). E no dia 26, outra pancada, e que eu considero uma das maiores vergonhas do clube. Perdemos nos pênaltis e fomos eliminados da Copa do Brasil pelo Afogados de Ingazeira, de Pernambuco. Um time fundado semiprofissional, que foi fundado em 2013 e um dos seus destaques, o goleiro Wallef, divide as atuações no campo com o emprego de frentista em um posto de gasolina. Mas foi aí que as coisas mudaram. 

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Di Santo é marcado de perto pelo jogador do Afogados/PE - Foto: Flickr/Atlético

Após um péssimo planejamento para a temporada, a diretoria de Sette Câmara acordou e começou a olhar o Atlético do tamanho que ele merece. Com o apoio de um grupo de mecenas (os 4R’s), formado pelo ex-presidente Ricardo Guimarães, pelo vice do conselho, Rafael Menin, e pelos conselheiros Rubens Menin e Renato Salvador, o Galo mudou de patamar e deixou de lado o discurso de “austeridade” que Sette Câmara pregou no início de sua gestão. Um treinador caríssimo, um diretor de futebol gastador e 180 milhões de reais em contratações, deixam claro esse novo perfil de Atlético.  

Salto de qualidade

Jorge Sampaolli, Alexandre Mattos e 19 novos jogadores – de goleiro a centroavante. Esse é o nosso Galo “pós goleiro de boné”. Junior Alonso, Guilherme Arana, Keno e Vargas são os nomes de peso que chegaram ao clube, ao lado de promessas como Marrony e Matías Zaracho. Aí começou a Lua de Mel. O treinador argentino parece um torcedor dentro de campo e o seu estilo de jogo é do jeito que o atleticano gosta. Sempre ao ataque e todos correndo.  

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Sampaoli esbraveja na beirada do campo - Foto: Flickr/Atlético

No Brasileirão, única competição que nos restou, uma campanha excelente. Estamos na briga pelo título desde o início do campeonato e com várias exibições de encher os olhos. Isso nos credenciou a sonhar pelo título (e estamos na briga), mas uma vaga da Libertadores para um elenco que foi formado durante o ano já é o esperado. Para resumir, os 4 R’s salvaram o último ano de mandato do Sette Câmara de ser um fiasco histórico! Nós agradecemos.  

Voltando ao extracampo (eu falei que voltaria), o Galo deu show. Me arrisco a dizer que o departamento jurídico do Atlético não perdeu nenhuma ação. E tivemos vários casos complicados: Bolt, Fred, dívidas trabalhistas. Falando em dívidas, palmas para Sette Câmara. Transparência durante sua gestão e muito trabalho para pagar as dívidas do clube com a Fifa e com muitos outros credores.  

Criatividade

Sobre a arrecadação que eu citei lá em acima, nos tornamos um case de sucesso: Manto da Massa. Que golaço! Mais de 100 mil camisas vendidas em poucos dias. A ação deixou o nome do clube em evidência, estreitou laços com a torcida de muitas formas e alavancou o programa Galo Na Veia. Parabéns aos envolvidos. Além disso, também tivemos os totens do Campeonato Mineiro. Com a torcida impedida de frequentar os estádios na volta do futebol, o clube alvinegro ofereceu aos sócios a chance de participar, mesmo a distância. Foram vendidos 5 mil bonecos personalizados com a imagem dos torcedores que ficaram expostos no estádio durante os jogos. Após três jogos o sócio poderia resgatar o seu boneco e levar para casa e novas “vagas” foram abertas. Mais um gol de placa.  

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Arte da campanha dos totens - Divulgação/Atlético

Área de Comunicação

E na comunicação? Um salto de qualidade. Segundo o levantamento da Sports Value, os perfis oficiais do Galo são considerados um dos melhores da América Latina. Com um material bem produzido, o engajamento e o número de seguidores tendem sempre a continuar crescendo. A TV Galo, canal do clube no Youtube, foi a rede social que teve a maior evolução em 2020. Com entrevistas e conteúdo exclusivo, aproxima cada vez mais os torcedores da realidade do clube. Além de apresentarem as instalações do CT, respondem os comentários da Massa durantes as rotineiras lives. Outro golaço. Virou goleada!  

Arena MRV

Para fechar, vamos falar do sonho: A R E N A – M R V. Obras iniciadas, tratores a todo vapor e o estádio cada vez ganhando mais forma. A nossa casa avança. A arena mais moderna das Américas ficará pronta em 2022 e até lá contamos os dias nos dedos. A visita ao Centro de Experiência nos ajuda a enxergar como será os dias jogos. Vale a pena pagar a visitação. A realidade virtual te coloca na esplanada do estádio, depois dentro do vestiário e por fim, dentro do gramado com toda torcida esperando você bater um pênalti. O coração dispara. Na contagem regressiva para a inauguração, 2020 já foi. Que venha 2021, pois, 2022 é logo ali.  

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Arte da Arena MRV, futuro estádio do Galo - Divulgação/Atlético