“Said, Mário e Jairo assombraram” e a Libertadores na Linha do Tempo

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01/12/2017 - 21:01

Semana do 9X2 – 90 anos de uma goleada eterna

– O Graduado Trio Bendito -  “Said, Mário e Jairo assombraram” e a Libertadores na Linha do Tempo–

Sexta-feira – 01/12/2017

Hoje, sexta-feira 1º de dezembro de 2017, confesso-lhes que me sinto rejuvenescido ao transportar os atleticanos para a bucólica Belo Horizonte dos anos 20 para informar o quão real e grandiosa é a história do Atlético.

Quisera Deus que tivéssemos em nosso país uma memória que nos fizesse trazer o orgulho da limpidez, hombridade, humanidade e verdade, assim como está escrita a vida do Clube Atlético Mineiro. Certamente não teríamos tantas injustiças sociais e o nosso país seria bem melhor.

Orgulho-me de forma arrepiada (suba o hino em vossos corações) ao perceber que nossas vitórias foram marcadas no tempo com os louros da HONRA. Não queria ser vitorioso diante dos caminhos tortuosos do Macunaíma ou das armações típicas do imundo sistema.

É preciso carinho para falar Atlético

É                                                 pulsar

Pureza                      para te pronunciar

Ser Atlético é renunciar  suas próprias convicções para compartilhar um GOL de quem pouco antes se discordou

É alternar do verso à prosa e seguir seus próprios ventos

Não esqueçam: o Atlético é verbo da melodia

Estou na Década do Modernismo, não venham ditar regras “pro” meu jeito simples de ao Atlético contemplar

Exijam sistemas limpos, mas não venham ao meu sentimento pautar

Somos contramão, não somos convencionais

Incoerência dos passionais

Aqui é pequi com arroz rapaz!

Ao tentar retornar à linha do tempo como o Flash em suas histórias, viajamos entre 1927 e 2017. Neste mergulho voltamos no tempo, contamos a história do voto feminino, o caminhar da Política do Café-com-Leite que estava por levar Getúlio Vargas ao poder e ainda relatamos a força do mineiro Antônio Carlos, que além de ser uma grande avenida de BH, deu nome ao primeiro estádio do “Atlhetico” e foi um grande democrata nacional.

Resta nos contar um pouco sobre o mais natural sentimento que existe em Minas Gerais desde sua existência, como relata o jornal Minas Gerais em 29/11/1927: “A torcida athleticana, como é natural, está no auge do enthusiasmo. Sob aplausos da assistência(torcida), o Palestra recomeça o jogo. O trio central não dá trégua à defesa contrária, sempre na meta palestrina. Assim é que, ás 16,31, Ivo dá a bola a Said e este passa a Jairo, o qual marca o sexto “goal” do Athletico”.

Orion, codinome de craque

Talvez ao ler a descrição do terceiro gol do “Athletico” pelo Diário da Manhã  com os dizeres: “Com nova sahida do Palestra, o jogo esteve algum tempo equilibrado, até que, às 4,39 Said fugindo pela direita, centrou bem para Orion receber e marcar o quarto gol do Athletico”  alguns possam não identificar quem era o atacante de quem não se registra nada na história. Afinal, quem era o tal Orion?

Mário tinha como obrigação cursar medicina e sua mãe exigiu: “Ou a bola ou a escola”. Mário teve que jogar escondido e para fazê-lo ousou inverter seu nome de trás para frente. Contudo, a torcida mal entendia e em vez de Oriam, ficou o tal Orion. O Doutor da bola formou-se em Medicina. Negou a Seleção Brasileira, escolheu o Atlético e a medicina. Dono da maior média de gols do Atlético com 195 gols em 100 partidas, ORION fazia que não queria, fazia-se de morto e no pestanejar vazava sempre as redes adversárias.

Said e as raízes árabes

Said Paulo Arges é um dos grandes pioneiros e responsáveis pela colonização de sírios na vida atleticana. Além de ser o sexto artilheiro da história do Atlético, contar um pouco de Said contribui para entender essa influência tão viva ainda nos corredores do clube. Mantendo a tradição de acolher todos os que estão às margens os corredores da Sede de Lourdes ainda recebeu recentemente refugiados da Síria. O Atlético é sem limites, ao preto e branco não há barreiras.

Voltando a Said, o jogador atuava pelo Sport Syrio Horizontino que foi extinto. Tido como “boa praça” Said levou consigo toda colônia sírio-libanesa para apoiá-lo. Segundo Emir Cadar, conselheiro e cônsul da Síria em Belo Horizonte, O Said foi o responsável por esse amor dos árabes de Belo Horizonte pelo Galo”, declarou ao Jornal Hoje em Dia.

Com 142 gols, Said ao contrário de Mário e Jairo que fizeram Medicina, ele formou-se em Direito e devido ao amor ao futebol atrasou a formatura que se deu em 1942, dez anos após o início do curso. Campeão estadual por três vezes, atuava como atacante pela esquerda e deixou seu legado ao glorioso.

Jairo levou o Galo à Zona da Mata

Jairo que nasceu em Muriaé foi o cérebro do Trio Maldito. Além de construir jogadas com inteligência o atacante abriu os caminhos do futebol mineiro à Zona da Mata. No período  anterior ao seu futebol a influência do futebol carioca fazia com que os times de Belo Horizonte ficassem em segundo plano.

O doutor da bola fez correr o estado a sua categoria e o Atlético conquistou apaixonados torcedores minimizando a discrepância. Formou-se em Medicina e atuou entre 1926 a 1933 fazendo 122 gols com a camisa atleticana.

Assombraram

O jornal Correio Mineiro de forma objetiva em 29/11/1927 descreveu o Trio Maldito: ”Said, Mário e Jairo assombraram”

A Libertadores na linha do tempo

Ao relatar toda essa épica jornada dos 90 anos do 9x2, estamos a viver o resgate do torcedor que vai ao Estádio com olhos brilhando por um ideal maior que o consumir de um tênis novo, um celular versão “XYZ” ou  de mais um coração a descartar nestes tempos de tanta embalagem e pouco sentir.

Ao crer no amor, NÓS Acreditamos não no produto comprado

Acreditamos no cachorro que entra no meio da torcida

Vivemos sempre por dividir a carona e “meiar” o pão

Nós somos a comunhão

Que seria de Minas sem você?

A Camisa do Atlético estará em mais um domingo abrindo o Sol de dezembro

Vem meu amor, pegue sua camisa e nossos filhotes

As flores estão no caminho

Vem atleticano, o Atlético te convoca domingo

Viva o ETERNO 9X2, esqueça suas convicções

Faça como o Flash, avance a linha do tempo

Pegue sua bandeira e vem gritar comigo

O Galo te chama e nada mais importa

Somos mesmo a cachorrada

Faça chuva ou faça sol

Estaremos lá no portão

Tristes ou alegres para te ver chegar

Somos a cachorrada de quem se deve orgulhar

Quando você precisar de mim

Saiba que eu estarei bem aqui

No frio ou no quente, menos no morno

Porque isso não faz parte de mim

Viva o Atlético, alegria do domingo

O Atlético é verbo da melodia

Janela na escuridão

Se eu errar contra ti que me prenda enfim!