Só acontece em jogo do Galo

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12/03/2012 - 05:57

Foto0655 300x238 - Só acontece em jogo do Galo“Só acontece em jogo do Galo...” – Não sei quantas vezes já disse essa frase durante a minha vida, não sei quantas vezes a disse nesse último jogo. Galo é Galo, uma fábrica de histórias para quem ouve pelo radinho ou assiste na tv, se está no estádio, aí a energia é maior e as histórias brotam como sapos mortos na grama. Sim! Isso mesmo, um sapo surgiu no gramado, enquanto amarrávamos as faixas atrás de um dos gols.

Não estava lá até certa hora, mas surgiu como mágica, morto, com o peito aberto, mas a boca fechadinha. Queria bater 3 vezes na madeira, mas a grade era de aço. Ignorei o anfíbio e voltei pra arquibancada.

Início do jogo, bola na área atleticana e... pênalti! Dois corpos estendidos no chão, o do sapo e do atacante adversário. Soltei um “Palhaço”, mas não me referia ao moribundo, e sim ao homem do apito.

Partiu pra cobrança e... GOL. Bola no canto, no canto do sapo. Maldita madeira que não encontrei pra bater três vezes. Não deu tempo de reclamar, pois lá do outro lado, longe do sapo, a bola entrou após um chutaço. Era o empate atleticano.

Fim do primeiro tempo e, certo que o defunto estava interferindo no placar, veio a dúvida dessa influência no ataque atleticano. Iria ajudar ou seria o terceiro zagueiro?

“Não dá pra ganhar de goleada, senão não é Atlético, tem que sofrer, pois assim é Galo” – dizia um idoso próximo a mim. Pobre homem, quantos sapos teve que engolir durante a vida, quantas madeiras lhe fizeram falta em jogos do Atlético. Se um dia o ver novamente por aquele estádio, lhe darei uma tábua de presente. Prometo!

Pensei em lhe falar palavras de motivação, mas tomamos mais um gol e a vontade agora era incentivá-lo a uma invasão de campo para picar, fatiar, enterrar e extinguir aquele sapo.

Gol do Galo e em meio a comemoração, percebi que estava diante de um caso sério. A bola só entrou porque o atacante a chutou no meio exato da área, ao contrário das jogadas pela esquerda que não entravam, barradas pelo maldito de boca costurada. Batia na trave, saía, o goleiro segurava, mas nada dava certo pela esquerda.

Um empate que precedia a virada. Que virada! Um golaço, uma linda jogada, mas a guerra entre a camisa atleticana e o sapo não me deixavam mais prestar atenção no jogo. A jogada foi pela direita, onde não havia nenhuma espécie viva ou morta naquele gramado. Por quê?

joinha cuca bruno cantini 300x199 - Só acontece em jogo do GaloOlha lá o atacante arisco, tropeça na bola, perde a passada, mas tudo dá certo. Precisa dizer que lado do campo ele está? Na direita! Cruza no meio da área, nem um centímetro pra esquerda, na cabeça do artilheiro que estufa as redes. Galo quatro, como o número de patas do funcionário de mandingas estirado no chão, uma virada sensacional, jogando contra onze jogadores e um auxiliar de pele rugosa. O jogo acabou e ele foi obrigado a continuar lá, de boca costurada, mas ouvidos abertos, escutando a Massa ecoando que aquele é o time da virada, o time do amor.

Parece mentira, parece algo de outro mundo, e é! Coisa do universo atleticano.

“Só acontece em jogo do Galo...” – Não sei quantas vezes já disse essa frase durante a minha vida, não sei quantas vezes a disse nesse último jogo, não sei quantas vezes direi no próximo.

Fael Lima

ABRAÇO NAÇÃO!

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Fotos: Bruno Cantini

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