Sonhos reais

Por: Fael Lima
14/11/2010 - 20:11

Na minha infância, morando em muitas cidades do interior de Minas, eu sonhava com o dia em que estaria em Belo Horizonte, vendo de perto tudo que eu ouvia sobre os grandes craques do Atlético. Imaginava um mundo mágico ao ver de perto o gol, a comemoração entre os jogadores, as defesas milagrosas do goleiro.
Os anos foram se passando e por ironia, quando vim para Belo Horizonte, o Atlético foi jogar nas cidades do interior de Minas.

Se me perguntassem há alguns anos qual jogo eu queria assistir no estádio, eu diria: “Atlético x Flamengo” – E o dia 13 de novembro de 2010, justificaria essa minha resposta. Esse dia me trouxe novamente à memória, os sonhos de criança, em um dia ver de perto os jogadores do Atlético; e eles estavam ali, tão perto, tão reais, que eu não os vi.
Eu não os vi, pois há um setor em todo o universo atleticano que é capaz de mudar sonhos, de converter inimigos, de fazer enlouquecer o homem mais sábio do mundo. Eu não pude ver nenhum lance do jogo, pois do lado do outro lado da grade estava a torcida atleticana.

Ainda criança, imaginava um time do Atlético de jogadores com super-poderes, com forças sobre-humanas e capazes de fazer o inimaginável. Eu estava certo sobre os poderes, só não imaginava que eles estavam com os torcedores.
Ontem, conheci homens que podem fazer tremer um estádio com a voz. Havia uma senhora de 90 anos citando a escalação e sabendo de cor cada música entoada pela torcida. Havia um garoto com cerca de sete anos, segurando a corda e ordenando à torcida adversária que respeitasse o Atlético, ou teriam que se ver com ele.
E quando pensei que o show havia acabado, um homem passou voando sobre mim. Sim! Um homem voava, descia e levantava vôo novamente, numa brincadeira da torcida atrás do gol.
Então percebi que ali, todos ainda eram crianças sonhando, como fui nas cidades por onde passei. Todos com sonhos, todos com dificuldades pela vida, todos felizes com a certeza que mais valem 90 minutos vivendo intensamente o ‘ser atleticano’ do que mil anos de vida fria em outra bandeira.

Misturando sonhos e poderes, seremos eternamente crianças, eternamente sonhando com dias melhores, eternamente com um sorriso estampado no rosto, brincando de balançar bandeiras, de criar uma dança para o gol, de pular de um lado pro outro abraçados com os melhores amigos, cantando que graças a Deus, é real todos os sonhos que temos com o Clube Atlético Mineiro.

ABRAÇO NAÇÃO!
Fael Lima
www.twitter.com/cam1sado2e

*Fotos de Bruno Cantini (Clube Atlético Mineiro) no Flickr oficial do Clube

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