Teófilo Otoni contra o vento

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06/02/2012 - 03:48

OgAAAJc5JS0HIDZq Fq0QzG2GjTl3cQ8dIlZSNXMVMlN7srIz13JlKWmUjIKDeb11fIMfPSx cQw0usE 1z byr6TZQAm1T1U 300x217 - Teófilo Otoni contra o ventoO domingo amanheceu diferente e alvinegro em Teófilo Otoni. Pouco a pouco as ruas foram se enchendo de camisas, sentimentos e expectativas. Dezenas, talvez centenas de Alvinegros ostentando, orgulhosos, a velha camisa guardada na gaveta à espera de 105 minutos tão ansiosamente esperados.

No gesto de emoção que não conseguimos conter, no andar acelerado, no suor das mãos, a tradução de uma longa saudade traduzida em “Há quanto tempo eu te espero, Galo!” No olhar distante de cada torcedor Atleticano, o desejo e a realização de reencontrar um grande amor que há tanto tempo esperava.

Sim! Porque é assim que se sente o “Atleticano do interior”: como um apaixonado que anseia pelo reencontro.  Nós, Atleticanos do interior, vivemos um “namoro à distância”. De longe, enviamos nossa fé, nosso apoio e nossa alegria. Mas é no dia em que o amor é correspondido de perto, diante dos nossos olhos, é que nos sentimos completos. Pequenos Atleticanos que nunca viram o Galo ou muitos outros que, como eu, idealizam, sentem e desfrutam de cada segundo deste dia inesquecível.

Da confiança plena às primeiras broncas e receio ainda que provisório com o gol inesperado do América, nos sentimos intrusos num mar vermelho de gente que cantava e desafiava a esperançosa e inabalável torcida do Galo. Mas no segundo tempo ficamos à vontade, renovamos a fé, aumentamos o volume dos cantos e fizemos das arquibancadas a nossa casa.

O gol chegaria e com ele, a vitória. Nem mesmo o gol anulado poderia nos tirar a esperança no time que teve cara e alma de Galo. O fatídico pênalti, a pequena e incômoda maldição da marca do penal que insiste em nos tirar a tranquilidade. Esbravejamos, encolhemos, mas como bons Atleticanos, de memória curta e fé enorme, voltamos a nos levantar. E como um prêmio a tanto amor vindo das arquibancadas, a explosão do Gol da vitória! Deixamos de ser intrusos pra nos tornar legítimos moradores. Se a arquibancada já era nossa casa, o campo também se tornou inteiramente Galo. Alegria completa, numa noite para Atleticanos de coração forte.

O domingo anoiteceu diferente e alvinegro em Teófilo Otoni. No coração e na lembrança destes apaixonados quase platônicos do interior, muito mais do que gols e uma vitória. A renovação de um Amor maior que a espera e mais forte que a saudade.

Até breve, Galo!

Petronio Mendes

Imagem: Internet