Time do povo! Uniforme para todos?
Por: Camisa Doze
11/06/2020 - 17:20
Em breve o Atlético e Le Coq lançarão o restante da coleção 2020 e quem veste tamanho maior que 2G aguarda ansiosamente por esse momento
Um novo ano, uma nova coleção e uma surpresa: “não tem uma camisa que me serve”. Esse foi o sentimento de Julio Lazarotti, Kerlon Azevedo e muitos outros torcedores no lançamento da linha da Le Coq Sportif no ano passado, em 2019.
No Brasil, cerca de 20% da população adulta é obesa – isso representa mais de 30 milhões de pessoas, segundo um estudo da revista científica britânica The Lancet, em 2017. O número é alto e essa é uma oportunidade de mercado que precisa ser explorada. Os clubes que tiverem um feeling apurado e souberem converter esse público podem arrecadar acima do esperado.
O analista de sinistro, Kerlon Azevedo, de 40 anos, é sócio GNV Black e infelizmente não conseguiu comprar o belíssimo manto da temporada passada. Ele que usa o tamanho 4g ou 5g, não encontrou o modelo na Loja do Galo e nem no site (que só tinha disponível o tamanho 2GG). “Não sou obeso mórbido. Acho que esses tamanhos vieram menores. Nenhuma me serve”, afirmou Kerlon.
Fanático pelo Galo, Julião coleciona camisas desde a década 90 e nunca teve esse tipo de problema: “desde a Dell’erba eu sempre comprei, sem problema nenhum”, disse. Assim como o Kerlon, procurou por várias lojas e não encontrou um modelo que se sentisse confortável, "nos últimos 30 anos, nunca usei camisas menores que GG. Mas cito, por exemplo as linhas da Umbro, Lupo e Puma, quando estava mais gordo que atualmente." O tecnólogo já chegou a fazer reclamações nas redes sociais do Galo e da Le Coq mas não teve resposta.
Empatia
É possível olhar com carinho. Esse é o pedido que Kerlon faz para empresa de material esportivo e o Atlético. Ele que sonha em ver Roger Guedes vestindo o manto em 2020, faz de tudo para ajudar o Galo e passa esse sentimento para sua filha. “É minha companheira de estádio. Além do meu sócio, pago o GNV Kids para ela e tenho conta no BMG. Mas a camisa mesmo, eu não tenho”, concluiu.
Julio garante que é feliz com o seu corpo e que essa “briga” por uma camisa “para todos” não é vitimização. Bem-humorado ele completa dizendo que os gordos já encontram várias dificuldades no dia a dia, seja em ônibus, avião e etc. E a única coisa que ele tá pedindo é esse reconhecimento e acolhimento do clube, “as pessoas precisam se preocupar com os outros. Elas querem taxar o que é normal e o que não é”, afirmou.
O Camisa Doze entrou em contato com o Atlético pelo e-mail disponível no site do clube e não obteve resposta. O mesmo aconteceu com a Le Coq. A empresa francesa tem um canal de whatsapp para dúvidas de clientes brasileiros e o questionamento também foi feito por lá. Prestativos e educados, afirmaram que a relação “Galo – Le Coq” só é respondida pelos diretores e lamentaram em não poder ajudar.