Ainda lembro daquela manhã, na última semana de janeiro, quando acordei com o celular tocando antes das nove. Ainda cochilando, recebi um convite para ir até um estúdio do outro lado da cidade, onde uma banda gravaria músicas relacionadas ao Galo.
Peguei minha mochila e saí, perdido como sempre, pelas ruas de Belo Horizonte, a procura dessa tal Banda de Rock do Galo. Entre uma esquina e outra, entre um ônibus e outro, o mal humor por ter acordado cedo durante as férias do trabalho e por não ter almoçado, interferiram no ânimo para a gravação com os músicos.
"Deve ser um bando de meninos batendo tambor." - dizia eu pelo caminho, me aproximando do estúdio junto com Lucas, amigo de Tv Re'Torcida.

Bastou a porta do estúdio abrir para que qualquer mal humor ou conceito pré-formado, caísse por terra. Fosse a gravação somente daqueles seis sorrisos, já valeria o dia, tamanha era a felicidade que irradiava aquele lugar.
Mesmo que fossem somente "batedores de tambores", seria impossível aquela energia alvinegra não ser transformada em sucesso.
Mas eles não eram "batedores de tambores", Nação Alvinegra; o que eu presenciei boquiaberto foi a união de seis músicos nota 13! Magno, Tiago, Guim, Ângela, Tomaz e Betão são atleticanos como eu e você, mas o diferencial desses jovens ocorreu antes dos mesmos nascerem, quando ainda no céu, entraram na fila para distribuição dos dons por duas vezes. Na primeira, herdaram o direito de serem músicos talentosos e na segunda vez tiveram direito a serem imortais em sentimentos na Terra, torcendo para o Clube Atlético Mineiro.

E eles foram gratos aos céus, unindo essas duas paixões. Nos últimos meses, eles fazem a trilha sonora da torcida atleticana por todo o país, com músicas que representam a Massa, a qual eles fazem parte.
Agora eles voltam aos estúdios, com muita raça e amor, cantando o hino do Clube Atlético Mineiro!
E eu? Eu passo a madrugada nessa doce ironia, acordado ouvindo o som perfeito desses batedores de tambor. O mais puro som alvinegro dessa atleticana Galo Rock Band.