Um Bigode na área

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14/05/2010 - 19:34

Hoje venho lhes fala sobre Valdir de Morais Filho, um atacante com 57 gols marcados, Campeão da Copa Conmebol e Copa Centenário pelo Atlético.
Porém todas essas informações são desnecessárias para que você traga à sua lembrança a imagem desse jogador que vos falo. Basta que eu coloque à frente de seu nome, o apelido que o marcou nas páginas do futebol: Bigode, o Valdir Bigode.
Aquele bigode dava a Valdir um tom de jogador de outras décadas, um jogador clássico, sem firula e com missão única no jogo, fazer gols. E ele fazia gols de todas as formas, pois além de excelente cabeceador, Valdir chutava com os dois pés, as duas canelas, a barriga e o bigode, sem exagero algum desses olhos que foram testemunha, ainda que na infância.

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E por falar em olho, aquele olho arregalado e a cara de desconfiado que ele fazia quando a bola ainda estava no meio campo, não passava confiança nem ao zagueiro que o marcava e nem a mim, que abaixava a cabeça para não ver a conclusão da jogada. A bola ia pra ponta, rodava na frente da área e o camisa “7”  estava lá para fazer com que ela morresse no fundo do gol. O olho arregalado dessa vez cobria as faces incrédulas do zagueiro e desse que vos descreve esse tal Valdir Bigode.

O Bigode era como um disfarce que os famosos usam para não serem reconhecidos em certos ambientes. Usando ele, o “sete” passava despercebido por qualquer marcação, ia quase que numa caminhada pra área, confiante que estaria no local exato quando Marques acabasse o show particular na ponta. Após tantos zagueiros, meias, volantes e técnicos tentarem impedir, a bola cumpria seu destino já traçado; os pés de Valdir.
Valdir era uma felicidade séria no futebol, dono de gols no mínimo “estranhos” e gols fantásticos, responsável por erguer taças, responsável pelo sorriso no rosto dessa torcida que tantas vezes comemorou seus gols.

Valdir realmente era um jogador único, pelos gols diferenciados, pelo visual, pelo jeitão que misturava a malandragem do carioca com o silêncio de um mineirinho. Um jogador único e sem tradução exata, assim como a palavra saudade. E é saudade a palavra que descreve o sentimento que ele deixou.
OBRIGADO VALDIR!
ABRAÇO NAÇÃO!
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