Um Galo (ainda mais) perdido tenta reencontrar seu caminho
Por: Guilherme Peixoto
29/09/2017 - 15:00
O estilo “Galo Doido” está de volta. Não, você não leu errado. A imprevisibilidade que marcou a história do Atlético entre 2012 e 2015 retornou ao clube. Agora, contudo, a “anarquia” dos tempos idos está restrita aos fatores extracampo.
Com a contratação de Oswaldo de Oliveira, o Galo chega ao terceiro técnico na temporada sem definir o estilo de profissional que deseja. Do “estudioso” Roger ao “experiente” Oswaldo, de perfis completamente opostos, passaram-se apenas nove meses. Os problemas do Atlético, já claros à época da chegada de Rogério Micale, parecem ainda mais evidentes agora.
“Não é possível fazer bolo de chocolate com morango tendo laranja e baunilha”
Foi com essa frase que Rogério Micale, último treinador atleticano, tentou explicar a dificuldade em fazer reviver o “Galo Doido”. Em um elenco recheado de jogadores veteranos e sem a intensidade de outrora, seria difícil montar um time dinâmico e vertical, como queriam torcedores e dirigentes da equipe.
Antes, com Roger Machado, o Atlético era uma equipe que buscava valorizar a posse de bola e as trocas de passe. Veio então Micale, contratado para dar intensidade e agilidade ao alvinegro, estilo que seguiu em suas passagens pelas categorias de base da Seleção Brasileira e do próprio Atlético. Em três meses de clube, o treinador só conseguiu fazer o Atlético jogar assim em duas ocasiões: contra o Paraná, pela Primeira Liga, e durante o primeiro tempo da partida contra o Palmeiras, pelo Brasileirão.
Os resultados ruins – foram 12 jogos, 4 vitórias, 5 derrotas e 3 empates – aliados às eliminações em Libertadores e Copa do Brasil, abreviaram a “Era Micale”. A tentativa de recuperação de Fred e Robinho, atletas mais tarimbados do elenco, também naufragou. Ao colocá-los no banco de reservas em algumas oportunidades, o técnico acabou ganhando mais críticas que manifestações elogiosas.
Oswaldo de Oliveira e a tentativa de salvar o ano
O experiente Oswaldo de Oliveira, de 66 anos, chega ao Atlético com um claro objetivo: terminar o Campeonato Brasileiro na melhor posição possível, afastando o quanto antes as chances de rebaixamento. Atualmente, o Galo ocupa a 11° colocação, com 31 pontos, três à frente do São Paulo, o 17°.
Neste momento, é quase impossível abordar as possíveis mudanças táticas e técnicas que a nova comissão técnica pretende implantar. Profissional “clássico”, Oswaldo deve manter a espinha dorsal do time, promovendo uma ou outra alteração isolada, como a volta de Robinho ao onze inicial.
Apesar de ter contrato até o fim de 2018, o técnico sabe que, neste momento, os problemas da equipe precisarão ser resolvidos no diálogo. Em sua coletiva de apresentação, Oswaldo citou a importância de Fred e Robinho para o grupo. Resgatar o futebol da veterana dupla é uma de suas principais missões.
Mudanças na comissão técnica
Oswaldo de Oliveira trouxe consigo o auxiliar Luiz Alberto, que acompanha o treinador há mais de vinte anos. Além da dupla, o analista de desempenho Thiago Larghi, ex-Seleção Brasileira, também desembarcou na Cidade do Galo. Diogo Giacomini, que era integrante da comissão técnica fixa do profissional, passa a ser Coordenador Metodológico das divisões de base.