Em um dia de muito calor e chuva na cidade de Raul Soares, esse blogueiro alvinegro em estado de saúde abalado aparece para dividir a alegria com todos os atleticanos que por aqui passam.
Com inflamação na garganta, uma inflamação no rosto, nos cisos que estão com os dias contados e a cabeça doendo, fui para um bar da cidade de Raul Soares, onde mora minha namorada, para acompanhar meu Galo.
Em uma lanchonete com espaço aberto, haviam dezenas de pessoas que esperavam que acabasse hoje a fase ruim do Atlético e iniciasse um novo tempo de vitórias.
Após alguns minutos de jogo, eu sequer lembrava da minha dor no rosto, e já cornetava a plenos pulmões a atuação de Carlos Alberto e suas falhas em lances básicos do futebol, como chute e passe.
Também deixei de lado a dor de cabeça, pois os gols perdidos, e a quantidade de chutões sem fundamentos, me faziam socar a minha própria testa.
O Galo desperdiçava chances em bolas de jogo aéreo, que me lembraram a antiga dupla de zaga Marcos e Leandro Almeida, que vez e outra marcavam seus golzinhos, o que não é comum nos dias atuais nos cruzamentos do Galo.
Outra lembrança que passou pela minha cabeça dolorida, foram as vezes em que Marcelinho Carioca infernizou a vida do time atleticano por muitos anos, inclusive em goleadas históricas.
O coroa baixinho ganhava todas de cabeça da zaga atleticana, e ainda mostrou que pra bater bem na bola, a idade não é impecílio.
E pra encerrar as lembranças, vi um vulto no debaixo das traves alvinegras, durante o gol do Santo André, onde o goleiro Bruno mostrou que a macumbeira contratada por Edson é de qualidade, e que Carini não terá muita concorrência.
A chuva caia insistentemente, fazendo com que eu apresentasse leve febre, me fazendo decidir ir embora do local aos 41 minutos do segundo tempo. Caminhei alguns metros, quando ouvi uma explosão de gritos, que me fizeram voltar já comemorando em gritos de gol.
O cara que eu vaiava há alguns jogos, empatava para o Galo, deixando ainda uma ponta de esperança. Éder Luís saiu comemorando com seus belos dentes escovados, e eu já pedindo que ele voltasse ao meio de campo, pois havia tempo pra mais felicidade.
Aos 46 minutos, Tardelli que havia mostrado durante o jogo a mesma disposição do início do campeonato, subiu tão alto quanto seus planos para a Seleção Brasileira, e colocou a bola no fundo da rede. Nesse momento não havia médico no mundo que pudesse me dar conselhos de saúde, ou me medicar.
Deslizei de joelho como um rock star pela calçada, e pulei de mergulho numa poça de água que estava na minha frente. Foi de lavar a alma, foi de dar um banho frio nos paulistas, foi para mostrar que o grito de Galo alivia qualquer dor, anestesia qualquer corpo e entorpece qualquer alma. É hora de subir de novo Galo!
AB
RAÇO NAÇÃO!
RAÇO NAÇÃO!
