Uma torcida que nunca para de cantar

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07/11/2010 - 16:07

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Dois mil e dez foi um ano de poucas vitórias. Ao sair de casa para assistir o jogo de ontem, confesso que já caminhei com um sabor de derrota, diante de tantos fatores contra o Atlético.

O time em má fase, enfrentando um adversário forte, noite fria, uma tempestade se aproximava, já podia visualizar o estádio vazio, pois a torcida não estaria presente. Que eu possa ser perdoado do maior pecado cometido em vida – Subestimar a torcida Atleticana.

Mesmo com febre e dor pelo corpo há alguns dias, fui para ter a certeza que minha teoria estava certa. Ao entrar no estádio, vários cantavam, mas a Galoucura não estava por lá, nem mesmo a vi próximo ao estádio.

O jogo começou e junto com o apito, vi, descendo as escadas, um bumbo pro alto, uma faixa e vários homens de branco, correndo e anunciando a chegada da Galoucura. Agora sim, teríamos uma batalha de verdade.

A vontade demonstrada por alguns jogadores iluminaram o time e eu assustei, pois realmente vi uma luz que me fez imaginar um dopping por antibióticos. Nada mais era que um, dois, três raios, que levaram o estádio a um blecaute. Não vendo um palmo à minha frente, meu primeiro pensamento foi: “Vencidos por uma luz. Agora o silêncio irá reinar!”

O silêncio durou exatamente 3 segundos, sendo interrompido por um bumbo que contou: 1, 2, 3.. Iniciando a música: “Olê, olê, olê, olê, olê.... Ô Galo eu vim aqui só pra te ver. Olê olê olê olê olá... A Galoucura NUNCA PARA DE CANTAR!” Então eu senti um quarto raio caindo, explodindo a todos. Quem estava no estádio, tirou o pé do chão, bateu palma e cantou junto que estava ali para ver aquela bandeira que impede o frio, o escudo que nos protege nas piores batalhas e aquela camisa que há 102 anos luta, no varal, contra uma tempestade.

Os pais, que normalmente recomendariam aos filhos que saíssem da chuva, os abraçava e pulavam, cantando o hino lado a lado, uma jovem mãe erguia o filho ao alto como num batismo do atleticanismo. Um outro senhor, esse já com décadas desse atleticanismo e num estado de espírito elevado, aproveitou para tirar o sabonete do bolso e tomar um banho em pleno estádio. Um banho para lavar a alma. Um conjunto de cenas típicas da torcida atleticana, que homem algum nesse mundo consegue descrever.

O jogo acabou e vendo aquela torcida, eu tive a certeza que vencemos de goleada. Quanto ao caminho que o Atlético tem pela frente, eu deixo outros versos cantados durante o apagão.

“Com muito orgulho, com muito amor

Esse jogo vai virar

Eu quero ser um vencedor.”

ABRAÇO NAÇÃO!

Fael Lima

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*Fotos de Bruno Cantini (Clube Atlético Mineiro) no Flickr oficial do Clube (exceto as da torcida)

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