‘Vamo que vamo’ – Nosso excelentíssimo senhor Presidente.

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19/05/2012 - 17:07

vamo que vamo - 'Vamo que vamo' - Nosso excelentíssimo senhor Presidente.

Ouvir o presidente Alexandre Kalil, me causa um misto de desconfiança e segurança.

Desconfiança porque, a cada frase dita, a cada palavra solta, o presidente deixa claro que é muita prática (já que são três anos de presidência) e pouca teoria (nunca ouvir falar que o presidente fizesse curso de especialização), e acreditem, faz falta, por que a teoria molda a prática. É possível notar que perguntas não amedrontam, nem espantam o homem, mas quase sempre causam risadas em seus ouvintes, isso seria bom, se estivéssemos assistindo um show de stand’up, não uma entrevista do presidente de um dos maiores clubes do país. Cargos como o de Alexandre não podem vir acompanhado de sorrisos, tem que vir acompanhado de reverência.

Quanto à sensação de segurança, ela é causada porque o amor ao Galo lhe salta aos olhos, mesmo com tantos erros, com tantos motivos pra não acreditar, eu acredito no sentimento verdadeiro do Kalil pelo Atlético. Como costumo dizer, o Kalil é um torcedor com poder, poder esse que mesmo eu idolatrando o Galo, como idolatro, não queria. Como diz o personagem do homem-aranha "Grandes poderes, exigem grandes responsabilidades" e meu amigo, presidir um clube como o Atlético é responsabilidade demais.

Assim como o amor salva, ele desespera, e por muitas vezes faz com que, em busca da perfeição, o sujeito enfie os pés pelas mãos, e cometa erros passíveis de pena de morte. Quando você comete uma falha em seu casamento, a sua sogra te julga, quando você comete um erro no Atlético quatro milhões de pessoas te crucificam.

6992907588 c8d042b6fa 300x199 - 'Vamo que vamo' - Nosso excelentíssimo senhor Presidente.A compra dos direitos do Independência foi mais uma atitude desesperada, de quem sabe que errou e está tentando correr atrás do prejuízo, e podem ter certeza que ele está consciente de que só isso não bastará. De vez em quando é bom sermos práticos e assumir que foi uma jogada de mestre, pode não ser o maior, pode não ser o melhor, e pode até não ser nosso, como gostam de dizer os orelhudos, mas vai nos trazer recursos. Me diz o que adianta ser dono de uma fábrica de picolé, se até o lucro do palitinho é do vizinho?

Justificar falhas com sentimento é covardia, não sei e nem quero fazer isso aqui, ele ainda precisa evoluir muito, precisa entender a diferença de falar e fazer, de querer e poder, de gerenciar e torcer. Mas dai ao Kallil, o que é de Kallil, ele pretende sim fazer história no clube que herdou (a administração) do seu pai. Talvez não faça tudo que promete, mas tenho certeza que ver o Atlético conquistar um título de expressão é uma meta de vida do turco. E como é a minha também, isso me tranquiliza.

As boas intenções do presidente são visíveis, e sei que de boas intenções o inferno está cheio, mas de intenção nenhuma o purgatório também, e cá entre nós, a agitação do inferno é bem mais convidativa que a monotonia do purgatório.

Em terra de um apagado Gilvan, Kalil é rei.

Fotos: Bruno Cantini

"Vamo que vamo ser campeão Galo!"

Kelly Souza

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