CANTO DO LEITOR – O MEU CLUBE ATLÉTICO MINEIRO.

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09/11/2013 - 15:38

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Foto: Daniel Teobaldo (Soul Galo)

Enviado pelo leitor Ricardo de Carvalho Siqueira

Tentei por vezes escrever algo sobre o Galo, mas só agora tenho em mente o quanto significa pra mim ter o ingresso de Atlético e Vasco do dia 27 de Novembro de 2005, também o ingresso de Atlético e Olimpia do dia 24 de Julho de 2013, e o quanto eu quero mostrar ao mundo inteiro, com orgulho, esses dois objetos "inanimados", que emanam algo que me arrepia o corpo inteiro. Que me colocaram em momentos que cravaram fundo em mim sentimentos tão diversos, tão opostos, que só mesmo Deus pode explicar terem partido de um mesmo coração, de um mesmo ser, de mim. Eu não estive naquela final contra o São Paulo em 1977, quando o último pênalti subiu e nos fez tragicamente vice-campeões invictos; não presenciei o assalto da Libertadores de 1981 no jogo em Goiânia, contra o Flamengo; mas vivi a final de 1999, a queda de 2005, a ascensão em 2006 e tantos outros momentos com o Galo, tão intensamente, como se fosse eu um daqueles estudantes que em 25 de Março de 1908, no coreto do Parque Municipal, escreviam a primeira página da mais bela história do futebol.

Ainda não sei o que será de mim, pois, de certa forma, não sei o que está acontecendo, o que é esse momento de glória, redenção e PAZ que agora vivemos. Eu me acostumei a aguardar o próximo jogo desesperadamente, como se o próximo jogo fosse sempre o último, o mais importante, a última chance de alçar voo em direção ao céu. E então, sempre, no jogo seguinte ou ao final de mais um campeonato, a decepção, o voo havia partido em direção ao céu, movido pela esperança mais verdadeira e intensa de uma nação, mas insistia na chegada a um destino errado, o nada.

Agora a sensação é outra, sinto como se depois daquele momento, daquela final, que transpôs a meia-noite como se pretensiosamente reivindicasse para si dois dias na história, eu enfim entrasse de férias pela primeira vez na vida. Ainda que com essa sensação de poder agora desfrutar de suadas e merecidas férias, sei que como Atleticano isso só dura até logo mais, quando vem o próximo jogo e o coração e a alma clamam por um grito de GAAAAAAALOOOOOOOOO, assim que a bola estufa as redes.

E assim eu quero seguir, pois agora já tenho uma história bonita pra contar aos meus filhos, tal qual todas as outras que ao lado do Galo eu vivi, mas agora a história é outra, é diferente, agora a história tem final feliz; ela conta como nós Atleticanos torcemos a vida inteira contra o vento enquanto a camisa esteve estirada no varal durante a tempestade, e foram anos de tempestade. Até que, enfim, o vento perdeu.

EU ACREDITO! Mas, e daí? Isso pra mim não é novidade, eu nunca deixei de acreditar.

Ricardo de Carvalho Siqueira II, só mais um atleticano.

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