O Atlético é a filosofia do acreditar

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14/10/2016 - 14:31

FOTO: BRUNO CANTINI

Às vezes há aquela sensação de que nada dá certo, de que falta algo, de que para a felicidade alvinegra ser plena falta um último detalhe. Às vezes a dúvida permeia a mente daquele que acredita, mas um fato indiscutível é que a necessidade de viver o impossível não deixa o atleticano desacreditar.

Sinceramente, as circunstâncias não são as mais favoráveis, mas por que desacreditaríamos? As interferências externas assim como em anos passados insistem em dar uma ajuda pra nossos adversários, mas não estamos desde 1908 torcendo contra o vento? Então essa é a hora de torcermos mais uma vez.

Pobres aqueles que não são capazes de expressar o que o atleticano expressa. Pobres aqueles que desdenham da força do acreditar e vivem de certezas. Pobres aqueles que não carregam no peito um coração alvinegro, que pulsa conforme a bateria da Galoucura, que não para pela simples necessidade de acreditar e que transborda de alegria quando o Atlético está a vencer.

Ah, Atlético, se tudo fosse mais fácil não haveria graça, se assim fosse essa Massa sofrida não teria essa essência que a move e a transforma em uma das torcidas mais temidas.

O Atlético é a religião a qual até o ateu se alia, é o filho que o pai insiste em coloca-lo na linha mesmo depois de muitos desacertos, é o amor que vale a pena, é a filosofia do acreditar. O Galo é diferente, vai além do futebol, desafia a lógica, ultrapassa barreiras.

O atleticano passou por longos períodos no inferno, costumeiramente chorava pelas desgraças que ocorriam anualmente, se perdeu em um caminho tortuoso que o futebol impôs, mas nunca perdeu o que lhe move de vista, nunca tirou sua razão do coração, não abandonou o glorioso Clube Atlético Mineiro. Deixou títulos escaparem através da famosa mão grande, ficou a passos da glória, sofreu como ninguém, mas acreditou como poucos. O atleticano vive em uma intensa loucura, vive em intensas madrugadas do dia 24 para o dia 25 de julho de 2013, sorri por cada etapa ultrapassada e reergue-se a cada queda. O Galo proporciona aos atleticanos muitos sentimentos, prazeres e incertezas, adrenalina e momentos de êxtase fora do comum que só os que trajam o manto alvinegro podem descrever. 

O que restou? Acreditar, mais uma vez. Pendurar aquele manto no varal e torcer contra o vento, enfileirar as bandeiras no estádio, dar um “tá ligado” nos que ousam a não crer, fazer os adversários tremerem. Chegou a hora de “lutar, lutar, lutar”, fazer do “Eu acredito” mais uma vez uma arma e buscar desafiar a lógica vivendo o impossível. Enquanto houver chances a Massa irá acreditar e, se um dia não houver a Massa não abandonará sua maior paixão. Vamos, Galo!