A tristeza com o qual escrevo o texto desta semana só não é maior que o medo, sim, medo do que será de nós seres humanos.
O jogo de domingo, parece uma azeitona entalada na minha garganta e o turbilhão de perguntas sem respostas, pesa como uma bola de boliche em minha cabeça. É uma sensação esquisita essa de enxergar e não querer acreditar no que se vê, o olho manda a mensagem, mas o cérebro se recusa a enviar o comando, talvez porque saiba que meu coração não aguentaria.
A goleada histórica e absurda que sofremos vai ficar pra sempre marcada, uma ferida que não cicatrizará, uma lição inesquecível. O time do Atlético era tido como o grande favorito para o clássico. Eu pensava assim, a mídia pensava assim, a torcida pensava assim, infelizmente os jogadores pensaram assim, entraram em campo com salto de 18cm, e todos nós sabemos que não dá pra jogar futebol de salto alto.
Era o jogo da vida do Cruzeiro e a pelada das férias da equipe Atleticana, em campo dois times, mas somente um com objetivo.
Não foi o melhor time do returno que sofreu essa goleada histórica, não foi o melhor zagueiro do país que falhou naquele gol, foi a arrogância que eles trajavam que pesou e não permitiu que jogassem o que vinham jogando. Toda arrogância será castigada, inclusive a nossa, por isso o Atlético perdeu o jogo pra ele mesmo.
Os boatos acerca do clássico continuam e meu medo vem exatamente daí, pois com o fim do jogo pude perceber o quanto nos tornamos desconfiados, arredios, não acreditamos no que ouvimos e estamos sempre à procura de mentiras e falcatruas (ou seria desculpas)? Seria esse o mal do século? Penso que isso é reflexo de uma população carente, carente de verdade, de credibilidade, de palavra, é a síndrome de Brasília que reflete no esporte.
É preciso provas, para acusar e para defender, e eu não estou aqui para fazer nenhum dos dois, mas acho que as acusações que estão sendo feitas ultrapassam o limite do profissional, já que atingem o pai, o filho, o marido, e isso é muito grave.
Tem jogador que saiu da arena e foi tomar uma cerveja com o adversário, mas também tem jogadores que saíram chateados e perderam o sono. Alguns realizavam um sonho ali, por isso não dá pra colocar todo mundo no mesmo saco. Anular uma historia, por uma situação pode não ser a melhor forma de justiça.
O Atlético perdeu o jogo dentro de campo, porque houve escalação errada por parte do Cuca e incapacidade dos jogadores. Chorei pela goleada sofrida e pela chance mais uma vez desperdiçada pelo Galo de fazer a sua torcida feliz.
Perdemos porque achamos que já estava ganho e desprezamos o adversário. Que o Atlético tenha aprendido, já que, assim como canja, respeito não faz mal a NINGUÉM.
A certeza que me fica é que eu vou ser Galo sempre, e essa é minha última palavra.
“Vamo” que “vamo”...