Ninguém tem se lembrado dele com muita frequência, o que é relativamente bom, visto que sempre que é lembrado, as coisas não vão bem.
Cuca, o homem dos olhos claros, natural de Curitiba, se tornou técnico do Atlético no dia oito de agosto de 2011, e chegou a meio a um turbilhão de problemas (alguma novidade?), apresentou seus projetos em meio à desconfiança de milhares de torcedores magoados, e rancorosos já que Cuca desembarcou na cidade do Galo logo após uma passagem no lado azul da lagoa.
Se errar naquele momento era perigoso, no caso de Cuca a cobrança seria dobrada, já que qualquer derrota, além de causar a perda de três pontos, acendia histórias na imaginação fértil do torcedor, sempre justificando a derrota pela mancha azul que o homem carrega (ou carregava).
Se errar naquele momento era perigoso, no caso de Cuca a cobrança seria dobrada, já que qualquer derrota, além de causar a perda de três pontos, acendia histórias na imaginação fértil do torcedor, sempre justificando a derrota pela mancha azul que o homem carrega (ou carregava).
A principal missão de Cuca no Atlético era retirá-lo da famosa zona de rebaixamento, e assim foi feito, mas mais uma vez não será por isso que ele será lembrado, já que foi Cuca também o técnico do time no dia em que levamos a mal explicada goleada histórica.
Podemos colocar na conta dele também a chegada de Pierre, volante de força que conquistou e foi conquistado pela torcida atleticana, a retirada do desgastado Renan Ribeiro, ou alguém duvida que partiu dele a decisão de embrulhar o goleiro no papel até amadurecer por completo?
Baseados em alguns jogos, como o último contra o Tupi, alguns o taxam de covarde, eu prefiro acreditar que ele, como todo bom brasileiro, sabe esperar a hora certa de mostrar serviço. Esse ano Cuca tem a oportunidade de mostrar que sua eficiência vai além de ser um bote salva vidas, trabalhando com a equipe desde o início da temporada, ficando com a faca e o queijo na mão para justificar sua corajosa contratação.
Um homem de expressões fortes, de voz ativa, que cobra e se dá ao respeito, um profissional competente que veste a camisa da equipe, seja ela qual for, e não fecha os olhos e nem o coração para nada a sua volta, não é causador de polêmicas, mas também não foge delas.
Cuca quer títulos e a Massa tem fome deles, talvez seja esse o momento de entendermos o ditado popular “a fome com a vontade de comer”. Tem a responsabilidade de ser a sensatez em meio à loucura de um presidente que exala paixão e é carente de juízo.
Que ele dê valor ao manto que agora veste, e ao escudo que carrega, que seus acertos daqui pra frente sejam capazes de superar os seus erros do passado, até mesmo aqueles mais questionáveis.
Que ele continue esquecido agora para não deixar de ser lembrado depois.
"Vamo que vamo Galo!"
Fotos do Atlético: Bruno Cantini
